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Em 25 de Agosto, o presidente Jânio renunciou o seu mandato alegando que “forças ocultas” o impediam de governar. Com a renúncia de Jânio, o vice presidente João Goulart, mais conhecido como Jango, passou a governar o país. Jango possuía ligação com movimentos de trabalhadores, assim sendo visto com desconfiança por elites conservadoras, que o identificavam como comunista.

 

No Rio Grande do Sul, o governador  Leonel Brizola iniciou uma campanha exigindo o cumprimento da Constituição, que apoiava Jango. Chamada Campanha da Legalidade, essa operação logo recebeu apoio de vários políticos.

 

Com o impasse, foi vetada pelo Congresso uma proposta para por um fim na crise, João Goulart iria assumir a presidência, porém, teria seus poderes limitados. O país passou a ter um regime parlamentarista, no qual o primeiro ministro seria o chefe do governo. Em 1965 seria definida a volta do presidencialismo, ou a permanência do parlamentarismo.

 

O nome indicado pelos militares e lideranças políticas, e aceito por João Goulart, foi Tancredo Neves. Jango voltou ao Brasil e assumiu a presidência, assim superando a crise.

 

Devido a uma campanha movida pelo partido de Jango, PTB, o plebiscito que determinaria a permanência do governo parlamentarista ou a volta do presidencialismo foi adiantado em dois anos e, em 6 de janeiro de 1963, a maioria da população decidiu pela volta do presidencialismo.

 

Ao recuperar os seus poderes presidenciais, Jango tinha a intenção de promover um conjunto de reformas que tinham como objetivo modernizar o capitalismo brasileiro. As reformas de base, como ficaram conhecidas, estendiam o direito de voto aos militares de baixa patente, ampliação do monopólio da Petrobrás, nacionalização de empresas farmacêuticas e serviços públicos e a limitação da remessa de lucros das empresas para o exterior.

 

Durante os primeiros anos do governo Jango, houve o aumento da participação popular da política do país. Os trabalhadores eram reunidos em sindicatos para reinvidicar condições melhores de trabalho e organizar greves, os estudantes, nas chamadas organizações estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), e até os militares de baixa patente exigiam ser ouvidos por seus superiores.

 

No campo, houve um aumento da organização dos trabalhadores. Um dos movimentos foi o das Ligas camponesas criada por Francisco Julião. Esse movimento  consistia em defender  os trabalhadores rurais de abusos  praticados pelos donos da terra.

 

As ligas representaram as principais bases sociais de apoio às reformas de base de Jango, sobretudo à do programa de reforma agrária, que previa a desapropriação de terras improdutivas, mediante indenização  dos proprietários  e distribuição aos trabalhadores. Além disso, Jango criou, em 1963, o Estatuto do Trabalhador Rural, que estendia aos trabalhadores rurais os mesmos direitos dos urbanos, como registro em carteira profissional, salário mínimo, férias e descanso semanal remunerado.

 

Com tudo isso, os militares se sentiram incomodados e tentaram interferir, resultando no famoso golpe militar.

COMO COMEÇOU

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